uma volta tímida

eu passei algumas horas dessa noite lendo. mas não a biografia do Marighella que eu finalmente tirei da pilha, ou o romance longuíssimo que to tentando avançar lendo no kindle sem muito sucesso por enquanto, mas posts e emails.

indo atrás de um texto meu que eu gosto muito, acabei me perdendo pelos labirintos de trocas de mensagens no arquivo do gmail, posts no blog do Will (esses não atrás de um texto meu, mas que foram o início desse puxar de novelo todo), e posts antigos meus aqui neste blog tão empoeirado.

eu até achei o que procurava, mas aí nem importava mais porque as descobertas e respostas que encontrei nesse labirinto que caí foram bem mais interessantes.

esses dias falei pra alguém que pensava muito sobre tudo e ela se surpreendeu porque sempre me achou uma pessoa prática, nas palavras dela “aquela que vai e resolve as coisas”; isso prova que eu consigo disfarçar muito bem minhas inseguranças e falta de traquejo nesse mundo, e também que ela nunca leu meu blog (99% das pessoas que eu conheço não leram, então não é de se espantar).

achei uma outra eu que se parece muito com essa eu de agora. achei mensagens cafonas e textos doídos. achei amor, falta, tristeza, vazio, mas também esperança e afeto, acolhimento.

nessa semana conversei muito com alguém que sofreu uma perda recentemente. falamos sobre empatia, se colocar no lugar do outro e como é no momento mais difícil, no meio do deserto e na hora da dor profunda é que realmente sabemos quem tá com a gente nessa vida. hoje, depois de quase um ano ela me disse que foi muito ruim essa descoberta, mas que por um lado também foi bom porque ela consegue ver com mais clareza quem são as pessoas, que apesar de algumas decepções ela também teve muitas surpresas de mãos que ela nem imaginava e que se estenderam.

são dois anos de pandemia, e assim como ela, claro que de uma forma bem diferente, nenhum de nós vai ser o mesmo.

eu nem ia falar nada disso na real. mas espero voltar aqui mais vezes esse ano. tirar o pó, dar uma arrumada na casa e seguir tentando dar sentido a esse turbilhão invisível que levo dentro do peito por meio das palavras.

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